UMA MOLDURA PARA CARLOS RODOLFO STOPA

(O Carlos pintou-me, há tempos, um quadro maravilhoso, num comentário feito ao meu poema "Rosa dos Ventos"... Lindo, que mereceria o fulgor e a intensidade de cores reais, vivas... Mas quem disse que as cores estão nos objectos?? Eles só reflectem, as cores, essas, moram no nosso olhar...)

...O menino olha, com olhos de manhãs e janela aberta...

A Norte, a sorte, o futuro incerto,

o desafio do ouro, que se dilui, se se chega perto...

A Oeste *"Num amanhecer*

as cores *dos meus onze anos*

não delineadas, *eu vi um fio de ouro*

mas latentes, *estendido*

fulgentes, *na verde pastagem...*

plenas. *As águas que nascem*

Ardentes. *a leste,*

Até a luz *por um instante,*

se extinguir... *viajam,*

Muito, muito *convertidas em ouro,*

Mais tarde *carregando*

que o Sol... *[no dorso trémulo],*

*a luz rasante*

*do sol nascente...*

*Agora,*

*esperanças crestadas* A Leste,

*dos frios ventos do sul,* o Sol dilui-se

*meus olhos se ofuscam,* em ouro.

*sim,* Em oferenda,

*mas com a luz* rio-quimera,

*do poente..."* para o menino garimpar

*(Carlos R. Stopa)* navegando a Vida...

A Sul, a mãe-Vida, sábia, olhos de amor,

livro aberto, história completa, (não) explica a beleza, simples,

da imortalidade...