Fantasia!
A habilidade de fantasiar,
É a habilidade de sobreviver.
Escolho assim o meu espetáculo.
Libertando a emoção a níveis profundos,
Resgato minha alma do vazio da solidão.
Pego emprestado um sorriso amigo,
E elevo aos céus uma oração em forma de canção.
Faço-me ouvir no tempo e no espaço,
Acariciando assim meu coração,
Tornando-me observadora e observada,
De minhas jornadas?
Trago rosas abandonadas em redomas de vidro...
Endeusadas, solitárias, mais amadas.
Procuro arrancar os boabás nascidos,
Que teimam em fazer morada, em mim, em minha emoção.
Agarro-me então a razão,
Aniquilando pela raiz o a semente do medo.
Só deixo chegar ao sol os grãos do meu sonhar!
Utilizando a meu favor,
A agricultura do amor.
Converso com raposas astutas e ingênuas,
Donas de verdades serenas,
Como os campos de trigo e os cabelos ao vento...
Esperando um príncipe vindo num vento,
Aterrizar na minha realidade,
E me amar de verdade,
Quixotescas vontades!
Moinhos de ventos movidos, pela habilidade,
De fantasiar...
A que se deve a minha alegria?
A chuva repentina que cai,
E quebra o calor abafado,
Deixando um cheiro de terra molhada,
No solo fértil do meu coração.
Onde brota a esperança,
E arquiteta meu voar de espaço e espécie,
Seguindo o compasso da música,
Entoada pela latência da vida,
Início, de tudo, principia a vida latente,
Envolvendo-me assim com toda gente,
Mesclado verdades e sonhos,
Oásis, miragens que divido nos desertos,
Causados pelas desilusões,
Mais de tão desejados,
Verdes estradas, abertas no vales dos seios de amantes,
Escritores, artistas cantores,
Com habilidade de fantasia,
Logo, sobreviventes do planeta chamado sonhos!
Fertilizados pelo suor e lágrimas,
Que corem como chuva fresca nos cantos,
Traduzido a primavera em gestos,
Sorrindo para os céus,
Através dos versos!