Perfume e solidão

Ela desabrocha nos dias em que me enterro

desabrocham pétalas vermelhas quase brancas buscando sol

transformam minha inquietude em espanto

deixando escapar perfume e solidão.

Pétalas úmidas em orvalho

espinhos que sustentam folhas à confundir-se com a terra destilada

como se fosse um licor de cor exata.

Ela rebenta minha alma

traduzindo os raios capturados

encadeando-os pelo trajeto percorrido até meus punhos

junto aos meus segredos interrompidos pelo encanto.

Valho o que escrevo

sinto o que mereço quando encaro o desabrochar daquela rosa

que quando rosa pondera cores vivas ou mortas

todas à lapidar-se dentro de mim.

Alana Martins
Enviado por Alana Martins em 17/06/2008
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