Perfume e solidão
Ela desabrocha nos dias em que me enterro
desabrocham pétalas vermelhas quase brancas buscando sol
transformam minha inquietude em espanto
deixando escapar perfume e solidão.
Pétalas úmidas em orvalho
espinhos que sustentam folhas à confundir-se com a terra destilada
como se fosse um licor de cor exata.
Ela rebenta minha alma
traduzindo os raios capturados
encadeando-os pelo trajeto percorrido até meus punhos
junto aos meus segredos interrompidos pelo encanto.
Valho o que escrevo
sinto o que mereço quando encaro o desabrochar daquela rosa
que quando rosa pondera cores vivas ou mortas
todas à lapidar-se dentro de mim.