Cidade de Deus
Cá, morro disforme
Avançando pro céu
Levando consigo
Casas empinhadas
Dispostas em becos, em linhas, em cruz
Há vozes que gemem sem vida, sem luz
Que saltam dos morros pedindo socorro
Há vozes que zombam com ira, esturpor
Que descem a ladeira causando furor
Cá, belo mar
Mesclando o céu
Adornando a praia
De quintas frondosas
Dispostas em ilhas, aléias, baías
Há vozes que cantam com brilho, com luz
Que olham pro morro a procura de amor
Há vozes que calam com engodo, enfado
Que olham pro morro a procura de cor
E no meio do caos
O ocaso é igual
Aquece a todos
É imparcial...
Da Rocinha a São Conrado
Do Vidigal ao Leblon
Uma cidade zeus
Uma cidade de Deus