Matéria é Engodo
Um asco me molesta,
importuna como farpa.
Fátuo pra mim é coisa,
coisa pra mim é nada.
Um nuto altivo é fútil,
nem acrescenta nem ampara.
Exibe-se como um inútil.
Se esconde, mas não mascara.
Ferino é o sorriso,
que oculta sua verdade.
É como esforço impreciso,
é putrefação e maldade.
O que existe detrás da vida,
se a dor que é sentida agora não fere mais?
Inexiste a afeição,
se a matéria predomina.
A lama não cura não,
nem passa com endorfina.
Como uma chaga no sentir.
Insônia da quietude .
Açoita até grunhir.
Inuma a pulso rude.
Cria então couraça.
Nos viola como ranço.
Agora o mundo é traça,
que traça o que não é manso.
O que triste lhe fazia,
se aquilo que feria agora já não existe?