O Espelho de Narciso

Sentir a pele transpirar,

dentro de uma imagem singular.

Com olhos cegos para um mundo multicor.

Peito fechado, mas aberto ao próprio amor.

Travar uma luta desigual,

contra uma imagem não fatal.

Com olhos vesgos sufocados pela crista

e um sentimento turvo e intimista.

É sentir a própria devoção.

E ao mundo toda aversão.

Mas se o planeta sucumbir.

Solidão então irá sentir.

Um mirar perplexo no espelho,

vendo o mundo ficar de joelhos.

É um grão de areia separado pelo vento,

e pelas dunas não guardar um sentimento.

Nenhum sentido no mirar,

que possa ao mundo se curvar.

É só uma imagem no espelho incolor.

Peito fechado, mas aberto ao desamor.

É sentir o próprio coração.

Pulsar sem encontrar a união.

Mas se o planeta explodir.

Solidão então irá sentir.

Águia Ravel
Enviado por Águia Ravel em 16/06/2008
Reeditado em 26/02/2014
Código do texto: T1037336
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