Choro por ti, Amazónia

Eram muitos, muitos mil

Homens de tez diversa,

Traziam nas mãos o fuzil

Agiam com muita pressa.

Helicópteros, aviões

Trouxeram no bojo a morte.

Por terra, nos camiões

Medonhas serras de corte.

E ao romper da madrugada

Em dia para não esquecer

A primeira machadada

Fez a terra estremecer.

Raízes e arvoredo

Entrelaçados…no chão

Já não calam o segredo

Da hedionda missão.

E no verde da floresta

Abre-se imensa…a clareira

O que agora apenas resta

São vestígios da madeira.

Morrem aves de tristeza

Foge sem rumo o bisonte

Chora toda a natureza

Escurece o nosso horizonte.

Perde-se o ecossistema…

(Cola-se aos olhos a insónia...)

Enquanto neste poema

Choro por ti, Amazónia!

EvaLuna
Enviado por EvaLuna em 15/06/2008
Código do texto: T1035490