Choro por ti, Amazónia
Eram muitos, muitos mil
Homens de tez diversa,
Traziam nas mãos o fuzil
Agiam com muita pressa.
Helicópteros, aviões
Trouxeram no bojo a morte.
Por terra, nos camiões
Medonhas serras de corte.
E ao romper da madrugada
Em dia para não esquecer
A primeira machadada
Fez a terra estremecer.
Raízes e arvoredo
Entrelaçados…no chão
Já não calam o segredo
Da hedionda missão.
E no verde da floresta
Abre-se imensa…a clareira
O que agora apenas resta
São vestígios da madeira.
Morrem aves de tristeza
Foge sem rumo o bisonte
Chora toda a natureza
Escurece o nosso horizonte.
Perde-se o ecossistema…
(Cola-se aos olhos a insónia...)
Enquanto neste poema
Choro por ti, Amazónia!