LUZES DA CIDADE

Luzes da Cidade

Lílian Maial

Na boca fria

a noite quente

teus dentes me sorriem fel

Tua língua me corta

navalha afiada

tola gargalhada

E vem o silêncio

a morte nos medos

golpe lento e preguiçoso

A carne estremece

há cheiro vazio

bolor de dúvidas enganos

Velhos e cerzidos planos

há becos, bocas, bodas

...e nada me agrada

A cidade na janela é outra

que os olhos destilam

surda de espaços

Há esse cansaço

sem cama sem lua

sem tinta sem letra

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