Sem Contato
Paralisado
pela falta de tuas ondas,
mar bravio,
insólito desafio,
aqui jaz meu coração.
Mudo
por não ter os teus ouvidos,
ombro amigo e solidário
nesse mundo solitário,
calado está meu verso,
emudecida paixão.
Surdo
por não querer ouvir moedas,
antes notas musicais,
escuto o som perverso
da roda-vida,
atropelada razão.
Cego
por não ver teus olhos,
nas trevas
dessa noite fria
entrego meu corpo,
resignada estagnação.