Os Olhos

Nos teus movimentos me perco

entrelaçando nossas vidas

que há muito parecem esquecidas...

me atrai sua fisionomia

as vezes um tanto esgotada

outras, parece encantada

e transborda alegria

Teus olhos me contam o destino de teus beijos

Discorrem o mistério do tempo e da saudade

Observar-te me provoca alguns lampejos

e assim abro mão de minha liberdade...

Quanta promessa parece brotar de seu olhar

olhar que conta um pouco de desespero

de curiosidade

Olhar que se perde na paisagem secular

com método e esmero

num ato de cumplicidade

E tão ambíguo parace este olhar

fonte de desejo, força

e ao mesmo tempo uma certa fragilidade

Mas quando este olhar encontra o meu

seduzindo-me ate a insanidade me abraçar

Compreendo que és meu destino

reconheço o que a vida ali esqueceu

algo extremamente singular

misto de sossego e desatino...

neste momento decifro teu olhar

tua alma, teu ser

Há fagulhas da brasa que te faz pulsar

há a força do desejo que te faz viver

de modo singelo e acolhedor

porque te fizeste belo

no singelo ato de escolher

mergulhar e se perder de amor

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 08/04/2005
Código do texto: T10287