Os milênios não só contam do amor

Há muito há imagens.

Há muito pouco há muitas mais

Antes da pretensa letra universal

A oralidade geral

A imagem gestual.

O grunhido animal

O iletrado grito primal

Da parede da caverna

À parede da memória

De mãe para filha na ciranda

Da roda à placa mãe

Da terra que se move

À imagem que se anima

O que pouco sei é do amor

Nunca desaconteceu

E sempre existiu a dor.