A Estátua da [In]Justiça

Agora eu sei por que a estátua

Não reclama dos olhos vendados

Pois só assim ela não vê

Essa sujeira no senado.

A justiça da balança

Que não equilibra os lados

Pesa apenas as propinas,

Leis, sigilos e cofres quebrados.

Sei também por que ela usa

Aquela toga comprida e singela

É para ver se não se suja

Com a corrupção que vestiram nela.

Sua espada de lâmina cega

Deveria o mal mutilar

E, como a dona, não enxerga

Qual alvo deve acertar.

Ela que defendia os corretos

Já mudou de profissão

Atualmente oculta desonestos

Lixo, adultério e putrefação.