O LIMIAR DA FÉ

Inspirado no poema Agnus Dei de O Eremita (optei pelo pseudônimo em respeito ao amigo)

O limite do saber é o inicio da antagonia contra o mesmo

O ponto onde as idéias se entrelaçam numa dança de conjecturas sem fim

formando a areia instável onde se fincam os pilares da crença

É onde se divide o mar morto às naus da razão que conduz o pensamento lógico

A partir daí não há mais hipótese que encaixe perfeitamente em fatos

e sim fatos distorcidos para se enquadrar em hipóteses ancestrais

A morte da realidade e o começo de sua pós vida passada em planos etéreos

A estreita linha que divide a visão clara do caleidoscópio de incertezas plauzíveis

O limiar da fé

Antes dele não é necessário crer para assegurar uma verdade

Esta se sustenta por si só

Cruzando-o há, sim, verdades

Irrefutáveis,

mas sómente para quem crê.

Começa, então, um novo ciclo na caminhada do imaginário de encontro ao tactível

Que, inevitávelmente, a mente humana, sedenta por conhecimento

conduzirá ao novo ponto onde a crença traça suas fronteiras

Onde surge a tênue faísca da dúvida que incendeia a chave do progresso: a pergunta

Eis novamente a linha cinza

O limiar da fé