TEMPOS SEM SABOR

Tempos de parcas cores,

Em que se vive oculto nas cidades,

Onde não se sabe de onde vem os crimes

E suas cicatrizes,

As crendices e seus milagres,

Onde os sonhos aparecem, desaparecem,

Num apertar de botões,

De telefones que se dá como flores.

Vive-se em mosteiros pós-modernos,

Em apartamentos conjugados,

Em Cantos que nos livram

Do tempo, da dor, da vida...

Tempo que escorre viscoso

Sem grandes anseios,

Sem desejos insatisfeitos,

Sem grandes tempestades,

Parece chaga que nem dor provoca...