Não sabes quem sou
Num momento de revolta pela maldade do homem contra a natureza... A Mãe Natureza dentro de mim sente, chora e fala:
NÃO SABES QUEM SOU
Destrua-me e encontre tua própria maldição!
Maltrate-me e sinta tua própria fúria!
Sangra-me e veja tua própria morte!
Podes agora não sentir, mas sinto por você a seiva
.escorrer-me pela superfície como o sangue escorrerá em ti.
Podes agora não sentir, mas sinto de ti a mão
.que corta e que bate e que apunhala a mim, a ti e aos teus.
Podes agora não ouvir, mas digo: perpetuarás tua
.maledicência por toda a eternidade.
Eu renascerei.
Podes agora pensar, pensar que tem, pensar que vive, pensar que pode.
Podes agora me ignorar e crer que para nada sirvo, além de servir-te.
Podes agora me violentar e dormir e esperar meu canto para acordar-te.
Podes agora me aprisionar e seguir e sonhar com o dia que irei liberta-te.
Podes. Podes. É claro que podes.
Podes tudo que quiseres.
Porém diante de mim nada serás.
Portanto, sem mim, nada terás.
Destruição, violência, dor.
Prisão, ignorância, horror.
És o que fazes.
Tens o que és.
Morre pelo o que tens.
Podes agora viver e morrer em mim.
Posso depois nascer e viver de ti.
Destrua-me, eu o amaldiçoarei.
Maltrate-me, eu o enfurecerei.
Sangra-me, eu ...
É! Eu posso.