"Tarde em Paris"
(série Cinismo n.15)
Banhada ali em sol poente,
cabelo solto ao sabor do vento
lagarteando no banco da praça,
o meu olhar vagueia desatento
nem vendo o museu ali na frente
ou as folhas do final de outono ...
Eu estava era ficando com sono.
Foi quando o vi por sobre a ponte
e, lento, vinha ele caminhando
num movimento meio indolente
paletó sobre jeans e camiseta
óculos... intelectual jeitinho
nada atleta... nada esteta...
hum...mais um tomador de vinho.
Sem querer nem nada entender
como aquilo eu fazia, de repente,
fiquei ali, só olhando ele vir ...
e, aos poucos ... lentamente,
envergonhada (quase em sonho)
vi que o despia em minha mente,
com calor e muito totalmente!
Não sabia o seu nome, nem a sua idade
se ele queria... e se tinha tal vontade
mas segurar-me, eu já não podia!!
A poucos passos, diminuiu o passo
...parou...sorriu...me acenou
...e eu fiquei gelada de terror:
Será que percebia minha agonia?
Meu Deus...que cena...bem ali no Sena!
Eu mal sabia o que sentia... o que fazia.
Ele me olhou...piscou... e, afinal, se foi.
Em rubor (tardio pudor...) - levantei
e, ainda abismada, eu num café entrei -
precisada que estava de algum...frescor.
Porém pensei: "Quem sabe num outro dia"...
Affff ...
******
Silvia Regina Costa Lima
16 de maio de 2008
(série Cinismo n.15)
Banhada ali em sol poente,
cabelo solto ao sabor do vento
lagarteando no banco da praça,
o meu olhar vagueia desatento
nem vendo o museu ali na frente
ou as folhas do final de outono ...
Eu estava era ficando com sono.
Foi quando o vi por sobre a ponte
e, lento, vinha ele caminhando
num movimento meio indolente
paletó sobre jeans e camiseta
óculos... intelectual jeitinho
nada atleta... nada esteta...
hum...mais um tomador de vinho.
Sem querer nem nada entender
como aquilo eu fazia, de repente,
fiquei ali, só olhando ele vir ...
e, aos poucos ... lentamente,
envergonhada (quase em sonho)
vi que o despia em minha mente,
com calor e muito totalmente!
Não sabia o seu nome, nem a sua idade
se ele queria... e se tinha tal vontade
mas segurar-me, eu já não podia!!
A poucos passos, diminuiu o passo
...parou...sorriu...me acenou
...e eu fiquei gelada de terror:
Será que percebia minha agonia?
Meu Deus...que cena...bem ali no Sena!
Eu mal sabia o que sentia... o que fazia.
Ele me olhou...piscou... e, afinal, se foi.
Em rubor (tardio pudor...) - levantei
e, ainda abismada, eu num café entrei -
precisada que estava de algum...frescor.
Porém pensei: "Quem sabe num outro dia"...
Affff ...
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Silvia Regina Costa Lima
16 de maio de 2008