Caminhos do mar
Ouvindo o mar
vejo os anos passando
sorrindo de mim
como se fossem voltar
As velas içadas
se lançam adiante
no caminho sem volta
a se descortinar
Olhando os retratos
compreendo o instante
e recordo em cores
aquilo que fiz
Há um corte sangrando
um vazio de estar
e os portos distantes
a se distanciar
Do horizonte estranho
que repete os amores
e acho que os barcos
se vão naufragar
Não há nada que passe
sem um vento constante
e acho que o tempo
demora a passar
As cores se acabam
nos rostos de antes
como em mim se acabam
os caminhos do mar