PAIXÃO PRIMEIRA
Minha paixão primeira
confessou-me seu amor
escrevendo-as nas paredes,
calçadas e muros da cidade,
e no caminho, entrada e saída
da mesma, à outras, ao seu redor.
Más, eu, anaufabeto de amor que era,
não soube ler o recado,
e, por esse amor não lutei, e,
a outro o perdi, na displicência.
E, hoje, agora só me resta
a lembrança nefasta,
depois de que me alfabetizei,
e, a cartílha do amor
aprendi à ler, e, vi, com isso,
e, ainda vejo, que, o amor que
me amava se foi, assim,
com a poeira do tempo,
e, jamais voltará, porque,
quando algo acontece,
sem querer, e, querendo,
desse algo sempre se lembra,
mesmo, que, vagamente seja,
e, numa possível volta,
continua-se amigos que se era.