A escolha do poeta
Sobre a mesa, restos
de um frango de domingo
desafiam o poeta.
Ligeiro, pega o lápis
e observa, atento,
o espetáculo.
Pele, ossos, cartilagens.
O brilho seco da carcaça,
o cheiro doce da gordura.
Súbito, diz, como quem
repara a tempo o erro:
"Ao lixo com tais restos!
A dar ao mundo
mais poesia,
prefiro farto o banquete
de cães e mendigos."