NA PALMA DA MÃO
Na palma da mão se leva tudo
a contar, tim-tim por tim-tim,
e, antes sobre algo de bom,
do que falte algo de ruim.
O próprio viver ensina
a pensar nesse proceder,
que ensinado é, pelos pais,
que se deve ganhar, jamais perder.
E se vier a se perder, algum dia,
que a humildade não falte,
encare-se sorrindo, o adversário,
e que de braveza não se exalte.
Se humilhar não significa
aceitar a humilhação, por tal,
mesmo, ela, endereçada
ao humilhador ou ao humilhado.
Preparado, que sempre se veja
no espelho das aparências,
prós e contras, que se enfrente,
com o que se tem de experíencia.
Expert, no saber competir,
com garra e fibra dedicada,
assim se aprende a se jogar sério
com o baralho da vida e suas cartas.
Jamais, que se pense, colocar cartas
na manga, precavendo-se,
para, na hora H do jogo,
se sinta que o está perdendo.
Quem pratica esse gesto fútil,
é covarde e do jogo não tem base,
a vida é um jogo, com o que tem se joga,
cartas marcadas, até, não se sabe.
Más, quando se sabe, enfim,
que se usam cartas marcadas,
troca-se o baralho, o jogo segue,
e, por esse deslise a vida não pára.