Incoerente

Deixo a palavra torta

No chão bato na porta

Da prisão, tosse seca.

Vem de resposta

Ninguém gosta

De palavra torta

Nem quem fala

Nem quem cala

Olho no olho mágico

Só decepção

Ninguém à porta

Só o vento

Passando de raspão

Por baixo da porta

Ao passar a faz balançar

Tal qual a menina

No balanço da praça

A balangar oscila balouça

Tiro o olho do olho mágico

Dou de cara com você

Olhando com olhos inquisidores

Querendo talvez saber

O que eu olhava, ou o que eu via.

Deixo-a nessa agonia

Sem nada dizer

Abro a porta vou a luta

Na noite me perder

No bar de alguma esquina

Quando o dia amanhecer

Hei de voltar

Cansado exausto

Querendo colo

Querendo cama

Querendo de novo você

E você será que vai me querer?

ABittar

poetadosgrilos