Solidão (III)
Sei que sabes que te olho com cobiça!
E maior do que ela, é o meu respeito...
Sabes bem que o teu olhar me atiça
e acende o fogo onde agora me deito!
Sabes que o teu toque me encaminha
para a luz dos céus mais distantes...
E o teu silencio desembainha
espadas de laminas cortantes!
Sabes ou talvez não...
Não sei se decifras o meu olhar!
Não sei se sonhas onde sonho mergulhar...
Não sei se te desejo em vão...
Ignoro os caminhos a seguir,
nem imagino que atalhos devo usar,
não tenho noção do que desperta o teu sentir,
e não sei se sabes como quero te abraçar...
Sabes pelo menos que eu existo
sabes que, pacientemente, insisto
e sabes também que te amo de paixão...
És a minha eterna solidão
e sabes dar-me sempre o teu perdão!
Perfeita és tu com a forma que te dou
amante absoluta que luta com quem lutou...
Não vais além do que eu imagino
e não ficas aquém do meu sonho melhor!
És o meu doce e total desatino
e ser louco por ti é o meu dom maior...