CIGARRA
O que sempre quis mesmo foi cantar.
Mais do que compor,
Interpretar
De semelhante peito uma canção...
Eis a minha forma pura de amor.
O medo é que me fez trair
Meu dom, domou-me a fera e seu rugir
E agora, nesta escrevidão*,
Desato o canto emudecido
Estampo em letras minha dor
Preciso ser ouvido:
Antes que me esqueça o Tempo
Enquanto for capaz de invento
Pelo tempo que durar o estio
Enquanto este calor avassalar o frio.
* QUE FALTA FAZEM OS ITÁLICOS !