AMOR SEM TEMPO

[Um poema de 1983)

Garota,

soubeste curtir meu verso.

Fiquei contente.

Vi, de repente, que não deixei

o amor em mim envelhecer.

O coração permanece adolescente!

Certamente,

no teu jovem coração

vibra o mesmo sentimento,

a mesma ânsia de dar,

a mesma antiga carência

que no meu.

Acalentas, com certeza,

os mesmos sonhos matreiros,

as mesmas crenças teimosas

e as mesmas esperanças

que eu.

Tão bom, garota,

saber que sentes

meus encantos,

desencantos,

meus enganos,

desenganos,

meu eu vivido

e meus planos.

Tão bom, garota,

poder falar de perto

- na linguagem de amor de um coração sofrido –

dos meus quarenta

aos teus quinze anos.

Sal
Enviado por Sal em 22/01/2006
Código do texto: T102214