Sentimentos de gelo
Quem sou eu?
Quem somos nós?
Nunca pedi mais que o eterno
Nunca quis desatar os nós
Desta alma que pertence ao inverno
Óbvias evasivas
Sonetos falsos
Uma vibração congelada
A neve caindo no meio do nada
Cobriu toda a minha visão
Tolas promessas
Encobertas pela neblina
Meu corpo preso à sua sina
Foi jogado ao mar
Oferecido à ponta de um iceberg
O coração ousou derreter
Lamentando a ausência
Despudorado, pedindo clemência
Agarrando-se ao gelo
Perdeu a razão...
Como desenhos em auto-mar
Nuvens estranhas
Como chuva fria penetrando em minhas entranhas
Navegou minha ilusão
Sem rosa dos ventos para guiar
E se foi esse sentimento que pulsou
Congelo agora meu pensamento
Deixando imagens em cacos
Para que lembranças fiquem dormentes
E eu não sinta mais nada...