Inquietude
Preciso desapergar-me de ti.
Necessito "urgente" e calmamente repensar o que somos juntos e até mesmo se ainda somos nós ou se apenas eu fui "nós" por toda a vida!
Preciso "urgente" e coerentemente reunir alguns antigos álbuns de fotográfias, algumas outras poesias deixadas aqui e alí e observar cada olhar e cada viírgula de nossas histórias.
Preciso "urgente" e pacientemente analisar os prós e os contras de nossa trajetória e convencer-me veementemente que já não não somos nós. É apenas o desenrolar da vida o que vejo e agora sinto.
Tudo é como tem que ser e está exatamente onde deve estar.
Devo dar tempo ao tempo urgentemente!
Não, não! Não há motivos para discursões acirradas em defesa das nossas opiniões. Nada irá mudar. Nelnhum outro disfarce, nenhum outro escape, nenhuma outra máscara. Já sabemos de nós o bastante!
O quanto somos previsíveis, intolerantes e igualmente incapazes de mudar nossos caminhos até aqui!
Sabemos do nosso comodismo, das nossas conveniências e sabe lá Deus o que sente agora cada um de nós.
É eu preciso "urgente" e desesperadamente deixar de lado as respostas que o tempo não me trouxe e que talvez jamais trará e os tapas e sopapos que o tempo me deu pra ensinar-me a esperar.
Preciso "urgentemente" amar sem prensar em nada mais, em ninguém mais, até que isto que está em meu peito, assim como chegou sorrateiramente venha a se aquietar. Amar e nada mais!