JOGOS DE PALAVRAS (convido a continuar em quadras com a mesma estrutura)
Um baralho de cartas na mesa.
Um jogo a exsudar - maneiras
O fascínio de um passe, beleza
Uma reza a acudir - peneiras.
Uma pesca a abrasar - trouxas
Na sorte mais desgraçada
Mão e murro, intenções - coxas
E os pés fincados na entrada.
Pernada em frente - tesão
Num bluff à vez na parada
Girândola a rolar - milhão
Chave de luxo estocada.
Roleta da vida em riste
Vício engulho medo – deuses
Noite após noite persiste
Tiro em moscas cegas – cruzes.
O mundo gira outra vez – talvez
Para cada macaco um galho
Ás de trunfo, bisca e rei - prenhez.
Esperança louca pelo atalho. Zelda
Trago uma carta na manga.
Num olhar distante - blefe.
No coração tenho a canga,
Na mão em concha - tabefe. Betha Costa
A K Q J são as letras - (porretas)
Das tais cartas figuradas.
Ás, Rei, Dama e Valete - (tretas)
Pouco valem se isoladas. José Silveira
Uma fome de justiça
pela vida - probidade.
Certa falácia que atiça
sonhos mortos – liberdade Nilza Aparecida
Roda da fortuna, perca - total
Passe de mágica, arte, febril
Volta ao mundo, prova - real
O jogo da ilusão, no mundo vil.
Poeta do tudo ou nada
Em busca da agulha - qual?
Miragem de ouro na estrada
Queda no mundo da lua - sal. José Duarte
No jogo incerto, vendado,
Cai a Vida - meretriz,
De risco certo, engasgado,
Nas ruas da Vida - aprendiz.
Brota do peito esperança,
Fulge a espada - ambição.
Passo à frente, contradança,
Recuo ferido - traição.
Renúncia, truques, -batotas,
Raivas, ódios, ocas lábias,
Contas pendentes - agiotas,
Desdém de verdades sábias.
Rola e desenrola o azar
Cai e descai a cortina - veludo
É fado lançado ao mar
Sorte, Vida, Amor - tudo!
Nuvens cegas - tropeções,
Ventos agrestes rasgam a sorte,
Ases de escravos - ladrões,
Jokers falsetes que trazem morte! Tera Sá