que o proprio amor
nem um sopro de vento
que carregue meu pensamento
que me leve pra longe daqui
para qualquer outro bar
pro outro lado do mar
onde eu nao sinta
nunca mais em mim
os gemidos
e os beijos molhados
nao veja mais aquele olhar
iluminado
feito uma grande janela escancarada
nao ouca mais aquela musica em mim
nem a voz
dentro do meu ouvido
onde eu possa esquecer de nos
do perfume do corpo
do conforto da pele
do cheiro do banho
das noites
das manhas
do cafes' da manha
das declaracoes em silencio
das promessas veladas
das noites caladas
dos ruidos das madrugadas
tao aterrorizantes
e inofensivos
mas que quando se acorda
e se descobre vivo
e so'
acaba por compreender
toda a dor
e que toda a nobreza da dor
e' maior
muito maior
do que o proprio amor