que o proprio amor

nem um sopro de vento

que carregue meu pensamento

que me leve pra longe daqui

para qualquer outro bar

pro outro lado do mar

onde eu nao sinta

nunca mais em mim

os gemidos

e os beijos molhados

nao veja mais aquele olhar

iluminado

feito uma grande janela escancarada

nao ouca mais aquela musica em mim

nem a voz

dentro do meu ouvido

onde eu possa esquecer de nos

do perfume do corpo

do conforto da pele

do cheiro do banho

das noites

das manhas

do cafes' da manha

das declaracoes em silencio

das promessas veladas

das noites caladas

dos ruidos das madrugadas

tao aterrorizantes

e inofensivos

mas que quando se acorda

e se descobre vivo

e so'

acaba por compreender

toda a dor

e que toda a nobreza da dor

e' maior

muito maior

do que o proprio amor

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 01/06/2008
Código do texto: T1014356