a conta da vida

nao ouso mais sonhar

tao pouco deliro

nao tenho pesadelos

nem ilusoes

respiro

isso basta

me satisfaz plenamente

'e a conta da vida

que eu vivo impunemente

rodopio

tonto

cambaleio

beijo bocas

toco seios

como se fosse o que eu preciso

mas ainda tenho lagrimas

e um sorriso

tenho sono

e tenho rancor

pela dor

pelo abandono

tenho um grande amor guardado

sem dono

tenho planos desfeitos

desenganos

defeitos graves

obstaculos

pedras

entraves

uma sensatez irrelevante

guardo uma loucura

de muitos anos antes

um espaco no peito

pra outras amantes

ate que um dia

eu va embora

sem despedida

despercebido

pra qualquer outro lugar

muito distante

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 31/05/2008
Reeditado em 01/06/2008
Código do texto: T1014013