Loucura
Amar é claro escuro
É um rio límpido obscuro
Uma doce irresistível agonia
De um insípido amargo existir
É um nada ter, nada dar
É um eterno esperar.
Feito trem sem maquinista
Que caminha em perfeita linha reta desgovernado
Na estrada destino destrambelhado
São doces pesadelos sonhados
É uma insana e triste alegria
De apaixonados lunáticos
Que batem, mordem e apanham
E prosseguem sonhando e desejando
Intrépidas loucuras normais
Amando e desprezando
O zelo banal
Da vida anormal
Daqueles insanos sentimentais
Amar enfim seja muito ou pouco
É ser um contente idiota louco
E ter a certeza de sermos normais.