Travessa da Solidão, sem numero, fundos

quando eu te amo

quem te ama

não sou eu

e' o meu narciso

e' o meu sorriso

quando me olho nos olhos

quando me confronto

em algum ponto

dentro do meu espelho

eu sou uma rua escura

o beco sem saida

a escuridão

perto da minha casa

perto do fim do mundo

depois daquela esquina,

Travessa da Solidão

sem numero

fundos

quando eu te chamo

quem te chama

não sou eu

são as penas do meu grito

apenas o meu grito

estridente

infinito

que atravessa o dente

rasga a noite

se espalha pelo universo

sou eu

sou eu em versos

sou eu de volta

sou eu em volta

sou eu em vão

dentro do teu ouvido

dentro dos teus misterios

sem criterios e surdos

dentro da minha casa

perto do fim do mundo

depois daquela esquina

Travessa da Solidão

sem numero

fundos

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 30/05/2008
Reeditado em 30/05/2008
Código do texto: T1011743