Travessa da Solidão, sem numero, fundos
quando eu te amo
quem te ama
não sou eu
e' o meu narciso
e' o meu sorriso
quando me olho nos olhos
quando me confronto
em algum ponto
dentro do meu espelho
eu sou uma rua escura
o beco sem saida
a escuridão
perto da minha casa
perto do fim do mundo
depois daquela esquina,
Travessa da Solidão
sem numero
fundos
quando eu te chamo
quem te chama
não sou eu
são as penas do meu grito
apenas o meu grito
estridente
infinito
que atravessa o dente
rasga a noite
se espalha pelo universo
sou eu
sou eu em versos
sou eu de volta
sou eu em volta
sou eu em vão
dentro do teu ouvido
dentro dos teus misterios
sem criterios e surdos
dentro da minha casa
perto do fim do mundo
depois daquela esquina
Travessa da Solidão
sem numero
fundos