utopia
e agora ele se via ali, cansado
com aquela mulher no seu peito, suado
sem saber o que pensar direito,
a caimbra no braço,
a falta de jeito
naquele momento,
aquele abraço
o que duraria?
um segundo,
um dia,
uma vida?
não, definitivamente, não
era pra sempre, ele sabia
ele nunca tinha sentido tanto
nunca tinha sentido aquilo
e sempre que olhava a mulher,
que dormia profundamente
o coração disparava
o corpo se contorcia
dormente
mas se sentia tranquilo
muito tranquilo
e uma paz infinita lhe tomou conta
e assim que a mulher acordou
meio tonta
eles se olharam...
e era tanta luz
sorrisos se acenderam
e se abraçaram, nus
e no beijo que se deu
depois
se deu pra perceber
com certeza
que tudo não era ao acaso
que tudo seria pra sempre,
os dois