SEM EMBARAÇOS
Peito sorvendo a agonia do instante,
sonhos virgens levados pelo tempo.
Estuário desaguando saudades vagantes
num corpo vergado nas vestes da atonia.
Nesse outono de nebulosos momentos,
sou folha sem destino, leve e desgarrada.
Cortesã bailando em dias de neblina
numa triste sinfonia em descompasso,
ciente do fim de uma jornada...
Dos seus braços raiz em horas distantes,
sigo minha solitária e constante sina,
levito nas andanças da silente estação
e nas ruas de tapetes ressequidos,
ao vento adormeço sem embaraços.
27/05/2008