CALENDÁRIO

Perigo inconsciente, coração doente...

sofrer, sofrer.

Abrigo solitário, abrigo falho...

perder, perder.

Eu vou vender felicidade

para sua ilusão, hoje não

há despedidas.

Eu sei que é aqui, aqui bem perto

que você quer plantar suas flores

artificiais, amores...

Eu perco os sentidos, sinta

o cheiro que paira no ar.

Sua calma declina

para uma fúria sem fim,

e ama, e chama, insana...

Eu não sei fazer versos, mas escrevo

Até cansar, até cantar,

lembranças que não me custaram nada

dos dias em que esteve perdida

em sua vida de pseudo suicida

ignorando a lei do tempo,

antes que o tempo a ignorasse

no oceano das horas.

Minutos, segundos, frações,

dias que caem

da folhinha do calendário

presa a parede.