***Descoberta***
Queima fogueira ardente, soltando o cheiro de pedra queimada
Ferve o café na trempe pendente, espumando, já aferventada
Folhas secas rolam pela relva, já batidas por tantos cascos
Um dia o lugar já foi selva, hoje são troncos tortos e toscos
Mas embora assim desgastada, paisagem versus magias
Muita gente campeia, esta estrada, cantando trovas em poesias
Atrás da gruta bela paisagem, tão pura que parece intocada
Por ali, nunca houve passagem, nem toque na mata enrugada.
Árvores toscas torcidas emusgadas, enroladas entre si enamorados
Sonhos de florestas encantadas, de contos, nunca dantes revelados
Deitou-se a árvore por sobre a outra, numa pose de trejeito sensual
Entranham-se uma na outra, que não se pode dizer, quem é qual
Pouco a pouco convertido no passado, que verde ramo no seu corpo indivisível
Que de seca por amor ficou molhada, perpetuada em sua raiz transmissível
E aos dois amantes tão unidos finalmente, envoltos em musgo e em gotas de orvalho
Ataram-se em fios por escolha permanente, são tão felizes que ali não tem um malho
Neste amor puro que não tem fim e não tem morte, que os olhos viram e creram na realidade
Que existe sim, o bem querer com toda a sorte, que o amor perpétuo, tem da natureza a eternidade
Querendo assim manter oculto este local, arrebanho então todos os cipós e com a promessa
De que o amor reinará por igual e imortal, eu tranço tudo, dou belo nó e fecho a peça...
***Rosa Mel***
***25/05/08***