VENENO - Regina Lyra
A serpente altiva
não sabia que rastejava,
aos desafios da virtude
- desnorteada.
Não compreendia
o sentimento da verdade,
nem aos bons acalentava
- seus ouvidos.
Gritos de maledicência
- rosnava,
como cão louco
atacava inocentes.
No passeio público
- sangrava.
Se morde
morre,
estrebucha
- no veneno da palavra.
(Lyra, Regina.Insensatas Palavras. João Pessoa: Ed. Universitária, 2003).