Dançando no escuro e na chuva
só,ouvindo melodias inventadas por loucos
são gritos, não, são versos
gemidos e correntes que se arrastam
e corpos que se cruzam sem se tocar
o dia marca as horas do meu sofrimento
eu risco as paredes do teto escuro
e gargalho com tanta força que adormeço
tremulo, me debato em pesadelos
sorrindo quando acordo ensopado de alucinações
ou serão verdades internas
como aquelas que voce tirou de mim
enquanto tentavamos nos enrolar
é mas só eu fico alegre
endireitando minha coluna para comer
os pedaços da ração de ossos e carne
juro não magoar ninguem
nem debaixo de chuva ou tortura
só quero correr mais rápido
e voar talvez
mais e as nuvens?
não serão mais brancas ou cinzas
serão negras
como peles de africanos
que não fogem da chuva
banham-se pulando sem saber por que
sem querer saber
só resistindo ao suplicio que é a vida
ao teatro que é o mundo e seus habitantes
caros habitantes pensadores
e faladores tambem
como se misturar sem manchar a roupa ?
como drogar o corpo até o ifinito de luzes?
como flutuar por aqui?
há tantos moveis e cores
não, acho que são flores
flores com cores
como os botões de minha camisa
que abandonei quadras atras
eu sumi por dias
mais foi pra respirar
sem pensar em nada
sem precisar de nada
lembro de voce dançando desajeitada
lembro de nós sentados no chão fumando
mas não quero voltar lá
parece outro lugar
parece outra história
como a que acabei de contar