Outra dose, amigo.

Uma dose de whisky, pedi.

é tão fria essa noite,

esse vento, um açoite,

tentei pensar, desisti.

Me entreguei ao prazer

da bebida que esquenta

o meu peito que aguenta

o meu modo de ser.

Mais um dia sem brilho,

sem calor nem magia,

nem bom pai nem bom filho.

Não fui nada que minha filha pedia.

Cada sonho adiado,

cada beijo não dado,

é um soluço escondido

de um homem perdido,

de um homem cansado.

Outra dose, amigo.

Hoje preciso beber

talvez até para esquecer

não o que fiz comigo,

mas o que não pude fazer.

Como se nada existisse,

fiquei brigando comigo,

gritei, para que ele me ouvisse

OUTRA DOSE, AMIGO.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 26/05/2008
Reeditado em 09/07/2013
Código do texto: T1006492
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