Nervura
O ócio poético
percorreu, durante
luas cheias,
o caminho minado
das emoções.
Por ali resolveu
ficar,
de pés para o alto,
a bocejar desânimo
e fastio.
Subsidiou a tristeza
sem lágrimas,
sem soluços,
sem a dramaticidade
das nuvens clássicas
da tragédia.
Recostou sua imaginação
no travesseiro-angústia
e dormiu a eternidade
da vida que se agitava
lá fora, além da janela.