De-mente
Me querias todo, infeliz-mente?
Então, por que, calma-mente,
Tua mente
Não sendo dor-mente,
Me convidou
Para uma reflexão de-mente?
Ou quis me avisar
Que, como uma ursa está a hibernar
Do amor por mim, a se-mente?
Ou estarás tu, perversa-mente,
Como disse Augusto dos Anjos,
Assistindo fria-mente,
"Ao formidável enterro
da minha última quimera"?
Pois prometo, que minha tal-mente,
Te exclui dos seus arquivos,
Mesmo sendo absurda-mente!
Por fim, sei que poetica-mente
O poeta, irônica-mente,
Para os outros só-mente,
Mas ninguém pra si se-mente!
Sou poeta, mas não fingida-mente...