Na curva do rio
Vi o inverno chegando,
na curva do rio.
O vento gelado, cantando
trouxe com ele o frio.
E como o mundo termina
ou começa onde estou
o vento passou,
assoprou a campina,
fez a curva e voltou.
Tardes de chuva, noites de frio,
e aquele arrepio
de quem dorme sozinho
na curva do rio.
Época triste, dia gelado
o corpo estremece de frio,
e me sinto pelado
na curva do rio.
Olhando as águas da barra
que encontram o mar
não consigo evitar
uma lágrima rolar
quando lembro de ti.
Já não sinto mais frio,
penso só no castigo
de estar sonhando contigo
nessa curva de rio.