FEIRA DE MÁQUINAS

No meio daquele deserto, poeira.
Quem diria, caravana aporta.
Grande convento, uma feira.
Tem de tudo um pouco, importa.

Mercado de vivos, secos e molhados.
Preço certo, galinha morta, aceita fiado.
Negócios, negociantes, negociados.
Vendido bem ao lado de comprado.

À vista, ficam os expostos.
A prazo, o tempo, impostos.
Taxas de juros, ouro ou moeda corrente
Compra-se, vende-se, troca-se tudo, constante

Esta feira difere das outras vendeiras
É um todo cravado neste meio urbano.
É feira de rua, barraca, bancada, esteiras.
Bichos, remédios, comidas, seres humanos.

Vem sempre alguém com a novidade.
Supor que ao seu simples rogado.
Tenha alguém com os seus trocados
Levar o petisco pra deleite ou agrado.

É uma feira de máquinas e gentes
Na primeira visada não se vê quem está à frente.
Se, uma máquina, é aquela turba insana.
Ou se, os de alma, são peças de uma traquitana.