METRÓPOLE

Sob um céu cinza

um manto de cinzas,

o império cinza em seu apogeu.

Paisagens estéreis,

ares hostis

demarcam fronteiras sedentas, vorazes...

Lápides de andares se erguem

acima de campos de néon,

impondo arrogância e vaidade

em tons de contraste social.

Austeridade envolve

cenário de bestas civilizadas,

sons e luzes na grande jaula,

o reino do caos absoluto.

Rostos sem cara,

gestos em vão,

antagonistas contraditos,

protagonistas do senso comum

despejam olhares vazios,

sussurros inexpressivos

em sub vidas até confortantes

passadas em horas futuras

O grande circo não pára,

sempre de portas abertas

engole visitas constantes,

encanta com sonhos distantes,

incautos dispostos a crer

pagam para perder sem ver –

é o triunfo do grande sistema –

e vestem a máscara cinza

sob um céu que despeja cinzas...