Shizen
Shizen*
Uma porta aberta,
Sussurros silenciosos no vácuo.
Pendentes gotas no pendáculo,
Uma lua semi-coberta.
Um cálice dourado
Caindo sobre minhas vistas...
Sangue carmesim em linhas derramado,
O pôr-do-sol.
Um vento fúnebre visitas,
Mensageiro gélido no arvoredo da alma
Estampando de branco a calma...
A neve, o inverno sem rouxinol.
Fogo, morte, sofrimento!
Mil e um corpos ao relento
inerte em brasas quentes
Um ciclo que jamais se acaba.
Pétalas de sangue
Voam nos ares, cobrem o rosto,
Rosas vermelhas se desmancham.
* Do nihongo, "Natureza".