Vinho
Vi um caranguejo no céu
Ao invés de uma estrela cadente
O mundo virou uma cópia coletiva
Não se tem mais autenticidade
Não é uma crítica
E sim uma observação
Da vontade de fechar o olho
E senti o nebrio do vinho
O vinho da glândula pineal descalcificando
O aro da lua sumiu
O vento parou
Ficou a brisa
Forró
Estrelas...
Elas brilham no céu
Distantes
Brilham a noite né
Tem uma natureza
Que só se revela
Na conquista
O homem cruel nunca há de conhecer
Ainda se permanece no caminho das pedras
Se se revelar
Onde estará o mistério?
Mistério é mistério
É uma fronteira
Ai céus
Há tantos
Só vi porque me contaram
Vai que nem existe
A vida é frágil
A visão também
Eu tenho medo
Eu tenho amor
Eu tenho opostos
Muros e chãos
Hoje ter tempo pra ler uma poesia
É algo raro
No fundo eu escuto:
-Ei Fefê esse teu dente amarelo é porque tu toma muito café?
Mano.
Parei tudo
Vou escutar a conversa alheia
Tá fazendo frio agora.