Vinho

Vi um caranguejo no céu

Ao invés de uma estrela cadente

O mundo virou uma cópia coletiva

Não se tem mais autenticidade

Não é uma crítica

E sim uma observação

Da vontade de fechar o olho

E senti o nebrio do vinho

O vinho da glândula pineal descalcificando

O aro da lua sumiu

O vento parou

Ficou a brisa

Forró

Estrelas...

Elas brilham no céu

Distantes

Brilham a noite né

Tem uma natureza

Que só se revela

Na conquista

O homem cruel nunca há de conhecer

Ainda se permanece no caminho das pedras

Se se revelar

Onde estará o mistério?

Mistério é mistério

É uma fronteira

Ai céus

Há tantos

Só vi porque me contaram

Vai que nem existe

A vida é frágil

A visão também

Eu tenho medo

Eu tenho amor

Eu tenho opostos

Muros e chãos

Hoje ter tempo pra ler uma poesia

É algo raro

No fundo eu escuto:

-Ei Fefê esse teu dente amarelo é porque tu toma muito café?

Mano.

Parei tudo

Vou escutar a conversa alheia

Tá fazendo frio agora.

Gabrielaibisco
Enviado por Gabrielaibisco em 29/04/2023
Código do texto: T7776222
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