Plainando, próximo as nuvens (os urubus)
Hoje, estava eu sentado
Apenas sentado, quase de cocora,
Quase deitado, reclinado
Em frente, onde as telhas não atrapalhavam,
Onde o sol não incandiava, onde a sombra me beijava,
Abraçado a paz, oferecida pelo firmamento
Via dezenas de urubus,
Seriam mesmo urubus?
Pela silhueta, pelas curvas, caminhos traçados;
Sim, eram urubus,
Maravilhosamente plainando,
Se deixando levar pelas correntes de ar,
Aqui entre nós; me deu certa inveja
Eu aqui na terra, preso ao solo
Sentado, quase deitado, olhando pra cima
Forçando um torcecolo no pescoço
E os urubus plainando, me pareciam tão belos
Lembrei-me de sua fama "comedores de carniça"
Que injustiça.
Afinal; quem somos nós para criticar os urubus?
Quantas vezes nos comportamos de igual a pior?
Não! sinceramente recuso-me a fazer uma estatística
Vai que o resultado seja humilhante; para nós humanos, desintegradores de outros humanos, via bomba atômica, destruidores dos oceanos, contaminadores do solo, destruidores da natureza!.
Preferi relaxar, e olhar, só olhar aquelas aves plainando sobre minha cabeça, tão alto, quase nas nuves, quase no céu.