Lá do alto
Morro acima
Portas abertas explodem
Melodias e alegrias internas
Aos seus pés a cidade inerte e paralela
Sobe o morro, através da Mídia.
Ali as luzes são faiscantes e
Velam risos, cantigas e cantos
As noites se arrastam dias adentro
Pincelando saudades
Até que a última melodia se ouve, rua afora.
A vida na favela
É burburinho alegre,
em festas
E notas tristes,
em tragédias diárias
Nos corações, os noticiários chegam
E imprimem, um só desejo
Ser herói o dia inteiro
Vencer as agruras da vida, porta afora
Em busca de mãos salvadoras.
Mas favela é trabalho, ainda
Roupas lavadas ao vento
Passos rápidos que buscam o sustento
Enquanto as noites tecem desejos também
De dias melhores, meses adentro, anos afora.
E lá do alto
Se avista ao longe Ecos
Aprimorando e agigantando os sonhos
E lá embaixo as cenas se repetem, igualmente, nos labirintos
Ao som dos ventos...