Canto dos vales ceratocônicos enevoados

Dos cumes

etéreos

transparentes montes

enevoados

da visão múltipla

emaranhadas imagens

cores difusas de tarde mortiça

borrões de âmbares translúcidos nas janelas

das prisões de luz.

Estive sete anos

do seu lado

e não fui visto

na entranha malsã

de inconstância

dos vales ceratocônicos enevoados.

O raio vibra

trêmulo na frente

dos olhos apagados

dentro

uma voz desatina

passos precisos

lumes lufadas limiares.

Perto sinto

longe engastado não.

Dois pisos embaçados

no convergente centro

de uma nova vida?

Sina da trilha nova

amanhã.

As lentes raspam

as córneas

cornijas de um templo

onde o cérebro não pensa

espírito de eras

turbilhão nas trevas

que o sol clemente sobre

as ravinas

triunfará.