O TEU RISO
A poesia que leio,
faz-me escravo dos teus devaneios.
Tira-me o ar, o fôlego
Tira-me o pão, se quiseres
Só não as quimeras
da curva do teu riso.
Nos teus olhos espremidos
ruborizados, excitados e
envergonhados.
Sempre atento a cada verso,
transcrevo e me reescrevo
Na lírica do teu corpo
encontro sossego,
O pedaço do céu,
o inferno se te perco de vista!
És a estrada, o caminho
que leva-me
a toda as formas de sorriso,
contido, tímido, passivo,
desinibido e libidinoso
Seja qual for?
Quero habitar na tua curva
Com ou sem métricas
Sem retas, barreiras
Concretas e abstratas
Pinturas impressionistas,
Bucólicas obras primas
dos teus lábios
Exalam fragrâncias de poemas!
Eterna musa renascentista
A clamar por olhos sedentos,
leia-me todos os traços,
rabiscos dos versos ocultos.
Tudo dentro dela queima,
incendeia vira poeira,
Poesia em tuas entranhas
A lavar a minh'alma
só o sopro fugaz do teu riso.
A chama que nunca se apaga
A palavra que anseia ser dita,
escrita e jamais silenciada.
Viva e perene
Peregino artista das letras
Como se fosse um POETA resignado
Corteja, namora
e goza todos os dias
A POESIA!
(Karol Castro)