Arquitetando os versos

Arquitetando os versos

(13/10/2007)

Mesmo que o poema seja falho

Mesmo que o poema seja alto

Mesmo que o poema seja raro

Mesmo que o poema seja falo

Mesmo que o poema seja caro

Mesmo que o poema seja filho

Ainda que o poema seja fraco

Ainda que o poema seja lado

Ainda que o poema seja alvo

Ainda que o poema seja algo

Ainda que o poema seja vago

Ainda que o poema seja bravo

Ainda sim o poema seja físico

Ainda sim o poema seja vulto

Ainda sim o poema seja certo

Ainda sim o poema seja berro

Ainda sim o poema seja berço

Ainda sim o poema seja musico

Deixem que o poema seja sábado

Deixem que o poema seja alado

Deixem que o poema seja vicio

Deixem que o poema seja lírio

Deixem que o poema seja árduo

Deixem que o poema seja último

Sendo que o poema veja lúdico

Sendo que o poema veja morto

Sendo que o poema veja amor

Sendo que o poema veja turvo

Sendo que o poema veja outro

Sendo que o poema veja lúcido

Justo que o poema finja mistério

Justo que o poema finja elo

Justo que o poema finja olho

Justo que o poema finja bafo

Justo que o poema finja favo

Justo que o poema finja critério

Pouco que o poema diga instante

Pouco que o poema diga amante

Pouco que o poema diga avante

Pouco que o poema diga infante

Pouco que o poema diga farsante

Pouco que o poema diga pensante

Acabo com o poema bela métrica

Acabo com o poema bela aurora

Acabo com o poema bela física

Acabo com o poema bela amada

Acabo com o poema bela pátria

Acabo com o poema bela máquina

Dennys Evangelista
Enviado por Dennys Evangelista em 27/03/2008
Código do texto: T919437
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